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Linguagem Ubíqua e Bounded Contexts: A Base do DDD para Apps Android

Linguagem Ubíqua e Bounded Contexts: A Base do DDD para Apps Android




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Episódio 5: Domain-Driven Design (DDD) em Android: Transformando a Estrutura dos Seus Aplicativos

Vamos iniciar os estudos de DDD pra ver como aplicá-los no nosso dia a dia no momento de criação de códigos fonte.

Duração prevista: 18 min

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O que você vai aprender neste artigo:

  • O que é Linguagem Ubíqua e por que é fundamental em DDD
  • Como identificar e mapear Bounded Contexts em seu aplicativo
  • Estratégias para criar um glossário de termos eficaz para seu projeto
  • Aplicação prática desses conceitos no desenvolvimento Android
  • Primeiros passos para estruturar seu app com base nesses princípios

Por que a comunicação é o maior desafio em desenvolvimento de software?

Se você já trabalhou em projetos de software, provavelmente já vivenciou aquela situação onde desenvolvedores e especialistas do domínio (clientes, stakeholders, usuários) parecem falar línguas diferentes. O que um desenvolvedor entende por "usuário" pode ser completamente diferente do que um especialista do negócio entende – e essa desconexão frequentemente leva a problemas graves no desenvolvimento.

É exatamente aqui que entram dois conceitos fundamentais do Domain-Driven Design (DDD): Linguagem Ubíqua e Bounded Contexts. Estes conceitos, quando aplicados corretamente ao desenvolvimento Android, podem transformar a maneira como você estrutura seus aplicativos e se comunica com sua equipe.

Diagrama mostrando a relação entre equipe técnica e especialistas do domínio através da Linguagem Ubíqua

Figura 1: A Linguagem Ubíqua como ponte entre equipes técnicas e especialistas do domínio

Linguagem Ubíqua: A Fundação da Comunicação Efetiva

A Linguagem Ubíqua (Ubiquitous Language) é um termo criado por Eric Evans em seu livro sobre DDD. Em essência, trata-se de uma linguagem compartilhada entre todos os envolvidos no projeto – desenvolvedores, designers, stakeholders e usuários finais. Esta linguagem:

  • Elimina ambiguidades na comunicação entre equipes técnicas e não-técnicas
  • Deve ser refletida diretamente no código do seu aplicativo Android
  • Evolui constantemente conforme o entendimento do domínio amadurece
  • Reduz significativamente o "custo de tradução" entre requisitos e implementação

Exemplo Prático: Glossário de Termos

Para nosso aplicativo de validação de documentos brasileiros, começamos criando um glossário de termos essenciais:

Termo Definição
Documento Qualquer identificação oficial brasileira (CPF, CNPJ, etc.) que pode ser validada ou gerada.
Validação Processo de verificar se um número de documento atende às regras matemáticas específicas daquele tipo.
Geração Processo de criar um número de documento válido seguindo as regras matemáticas estabelecidas.
Dígito Verificador Número(s) calculado(s) a partir dos demais dígitos que serve(m) para validar a integridade do documento.
Formatação Apresentação visual do documento seguindo o padrão oficial (pontos, traços, etc.).

Este glossário não é estático – ele evolui conforme o projeto avança e nossa compreensão do domínio aumenta.

Bounded Contexts: Delimitando Fronteiras Claras

Um Contexto Delimitado (Bounded Context) é uma fronteira conceitual que define onde um modelo específico é aplicável. É um conceito crucial em sistemas complexos, pois:

  • Permite que diferentes partes do aplicativo possam usar o mesmo termo com significados diferentes
  • Evita modelos "megalíticos" que tentam atender a todos os requisitos
  • Facilita o desenvolvimento em equipes separadas, cada uma responsável por um contexto
  • Cria uma arquitetura naturalmente mais modular e manutenível
Diagrama de Bounded Contexts em um aplicativo de validação de documentos

Figura 2: Bounded Contexts identificados em nosso aplicativo de validação de documentos

Identificando Bounded Contexts em Nosso App

Para nosso aplicativo de validação de documentos, identificamos os seguintes contextos delimitados:

Contexto de Validação

Responsável pelos algoritmos matemáticos que verificam a validade de cada tipo de documento.

Entidades: Validador, RegrasDeValidação, ResultadoValidação

Contexto de Geração

Foca na criação de novos números de documentos válidos para fins de teste.

Entidades: GeradorDocumento, OpçõesGeração, DocumentoGerado

Contexto de Formatação

Responsável por apresentar visualmente os documentos conforme as regras oficiais.

Entidades: Formatador, RegrasFormatação, DocumentoFormatado

Cada um desses contextos mantém seu próprio modelo e terminologia, embora compartilhem alguns conceitos comuns através da Linguagem Ubíqua.

Aplicando esses Conceitos na Arquitetura Android

Como transformamos esses conceitos teóricos em código real para nosso aplicativo Android? Vamos começar com um esboço de arquitetura que reflete nossos Bounded Contexts:

app/ ├── domain/ │ ├── validation/ │ │ ├── entities/ │ │ ├── repositories/ │ │ └── usecases/ │ ├── generation/ │ │ ├── entities/ │ │ ├── repositories/ │ │ └── usecases/ │ └── formatting/ │ ├── entities/ │ └── usecases/ ├── data/ │ ├── validation/ │ ├── generation/ │ └── formatting/ └── presentation/ ├── validation/ ├── generation/ └── formatting/

Esta estrutura de pacotes reflete claramente nossos Bounded Contexts e ajuda a manter as responsabilidades separadas.

Exemplo de Código: Modelando o Domínio com Linguagem Ubíqua

Observe como nosso código reflete diretamente os termos da Linguagem Ubíqua:

// Domain/Validation/Entities/Document.kt sealed class Document { abstract val number: String abstract fun isValid(): Boolean data class CPF( override val number: String ) : Document() { override fun isValid(): Boolean { // Implementação da validação de CPF return validateCPFAlgorithm(number) } } data class CNPJ( override val number: String ) : Document() { override fun isValid(): Boolean { // Implementação da validação de CNPJ return validateCNPJAlgorithm(number) } } // Outros tipos de documentos... }

Perceba como nosso código agora "fala" a mesma língua do domínio do problema, usando termos como Document, CPF, CNPJ, isValid(), etc.

Primeiros Passos para Implementar no Seu App

Para começar a aplicar esses conceitos no seu próprio projeto Android, siga estes passos:

  1. Crie seu glossário de termos:
    • Reúna-se com stakeholders e especialistas
    • Documente todos os termos relevantes
    • Defina claramente cada conceito
  2. Identifique os Bounded Contexts:
    • Agrupe funcionalidades relacionadas
    • Estabeleça fronteiras claras entre contextos diferentes
    • Mapeie as relações entre os contextos
  3. Estruture seu projeto:
    • Organize pacotes refletindo seus Bounded Contexts
    • Crie modelos de domínio que usem a Linguagem Ubíqua
    • Estabeleça padrões claros para comunicação entre contextos
  4. Configure o ambiente de desenvolvimento:
    • Prepare o Android Studio com as dependências necessárias
    • Configure ferramentas de DI como Dagger ou Hilt
    • Implemente um sistema básico de clean architecture

Conclusão: Linguagem e Contextos como Fundação do Seu App

Os conceitos de Linguagem Ubíqua e Bounded Contexts são fundamentais para construir aplicativos Android que sejam não apenas tecnicamente sólidos, mas também perfeitamente alinhados com as necessidades do negócio. Ao investir tempo na definição clara desses elementos antes de começar a codificar, você:

  • Reduz dramaticamente o risco de mal-entendidos e retrabalho
  • Cria uma base arquitetural sólida e escalável
  • Facilita a comunicação entre todos os envolvidos no projeto
  • Possibilita uma evolução mais orgânica e sustentável do seu aplicativo

No próximo vídeo da série, começaremos a implementar nosso aplicativo de validação de documentos com base nesses princípios, explorando como traduzir esses conceitos em uma arquitetura Android robusta e escalável.

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Perguntas Frequentes sobre Linguagem Ubíqua e Bounded Contexts

P: A Linguagem Ubíqua deve ser usada apenas no código ou também na documentação?

R: A Linguagem Ubíqua deve ser usada em toda parte: código, documentação, reuniões, histórias de usuários, e qualquer comunicação relacionada ao projeto.

P: Como lidar com termos que têm significados diferentes em contextos diferentes?

R: É exatamente para isso que servem os Bounded Contexts! Dentro de cada contexto, cada termo tem um significado claro e específico. Quando precisamos usar o mesmo termo em contextos diferentes, os Bounded Contexts garantem que não haja ambiguidade.

P: Como implementar a comunicação entre diferentes Bounded Contexts?

R: Existem vários padrões para isso, como Context Maps, Shared Kernel, Customer/Supplier, etc. No mundo Android, isso geralmente é implementado através de interfaces bem definidas entre módulos ou pacotes.

Livros Recomendados para Aprofundamento

Para aprofundar seus conhecimentos em Domain-Driven Design e arquitetura de software para Android, recomendo fortemente estes livros:

"Domain-Driven Design: Tackling Complexity in the Heart of Software"

Autor: Eric Evans

O livro original que introduziu o DDD. Uma leitura essencial para entender os princípios fundamentais e a filosofia por trás desta abordagem.


"Implementing Domain-Driven Design"

Autor: Vaughn Vernon

Este livro apresenta técnicas práticas para implementar DDD em projetos reais, com exemplos concretos e orientação detalhada.


"Clean Architecture: A Craftsman's Guide to Software Structure and Design"

Autor: Robert C. Martin

Embora não trate especificamente de DDD, este livro aborda princípios de arquitetura de software que combinam perfeitamente com DDD, especialmente no contexto de desenvolvimento mobile.


"Android Architecture Blueprints"

Fonte: Google Developers

Não é um livro, mas uma coleção de exemplos oficiais de diferentes arquiteturas para Apps Android, incluindo abordagens compatíveis com DDD.

Dica: Este é um recurso gratuito com exemplos de código que complementam perfeitamente os conceitos dos livros acima.

Referências e Recursos Adicionais

#DDD #LinguagemUbiqua #BoundedContexts #DesenvolvimentoAndroid #ArquiteturaDeSoftware

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